quinta-feira, 5 de novembro de 2009

TEMPOS MODERNOS -

POR: VALDEMIR MOTA DE MENEZES, O ESCRIBA

FICHA TÉCNICA
Diretor: Charles Chaplin
Elenco: Charlie Chaplin, Paulette Goddard, Henry Bergman, Chester Conklin, Hank Mann, Louis Natheaux, Allan Garcia.
Produção: Charles Chaplin
Roteiro: Charles Chaplin
Fotografia: Ira Morgan, Roland H. Totheroh
Trilha Sonora: Charles Chaplin, Alfred Newman
Duração: 89 min.
Ano: 1936
País: EUA
Gênero: Comédia
Cor: Preto e Branco
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Charles Chaplin Productions / United Artists


SIMBOLISMO NO FILME

AS ENGRENAGEM

O filme em tela é rico em simbolismo e em grande estilo Chaplin mostra como o homem se tornou escravo da industria e da produção em série, é como o ser humano ficasse integrado a máquina. O momento épico que demonstra isso é quando Carlitos é “engolido pelas engrenagem”. João Luís de Almeida Machado, Editor do Portal Planeta Educação comenta o seguinte sobre este simbolismo:
“Há várias seqüências que são geniais desde o princípio do filme. Entretanto, as que ocorrem dentro das fábricas constituem-se em trechos antológicos, que se não estão, deveriam ser colocados entre os mais importantes e significativos da história do cinema mundial, como por exemplo, o trecho em que Carlitos (o personagem símbolo das criações de Chaplin) é engolido pelas engrenagens das máquinas da empresa onde trabalha como operário ou, numa etapa posterior da história, quando um mecânico (com o qual trabalha Carlitos) fica preso no meio do maquinário.”






CRÍTICA AO GOVERNO E A SOCIEDADE

O filme aborda o estresse da vida moderna, o excesso de regras para tudo, a intervenção do Estado em todos os seguimentos da vida social, apesar de ser um filme de 1936, sendo o último filme mudo de Chaplin, seu tema é atualizadíssimo. Pois para viver nos dias modernos temos que ser um pouco jurista e ter conhecimentos de direito penal, direito comercial, legislação de trânsito, Estatuto do idoso, Estatuto da Criança e do Adolescente, leis ambientais, CLT, Normais, portarias, circulares, despachos, decretos e etc..
“A crítica não é só à mecanização, mas também a outras questões sociais da época: Trump é preso a toda hora, confundido com comunistas, grevistas ou por qualquer motivo tolo; seu romance com uma jovem órfã é impedido pelas autoridades; para todo esforço parece haver um empecilho por parte do governo ou da sociedade”. (Cineclick Participações LTDA)




Gostei muito do filme é bem humorado, o que é uma redundância ao se falar de Chaplin, mas o filme mostra com humor como o trabalhador da industria tendo que fazer trabalhos repetitivos chega mesmo ao condicionamento ridículo de fazer movimentos repetidos. Em um dado momento do filme, Carlitos está tão condicionado em apertar parafusos que tudo que tem a forma circular ele quer girar a chave em volta, ele sai correndo atrás de duas mulheres como um psicopata e com duas chaves tenta girar os botões das blusas das mulheres, até mesmo dando a entender que ele quer “apertar”com as chaves os seios destas mulheres, a alienação e o condicionamento esta tão enraizado no trabalhador representado por Chaplin que ele sai apertando até o nariz dos colegas de trabalho. Devido a seu estado psíquico o operário é internado para tratamento psiquiátrico.

Fazendo uma reflexão sobre o filme e a relação com o trabalho, labor e o trabalho alienado tendo as seguintes considerações a fazer sobre o assunto:

1 – O trabalho ao mesmo tempo que é uma obrigação e necessidade do ser humano para se sustentar, também pode ser algo agradável, quando a pessoa reflete nas vantagens de ter uma ocupação que lhe dá condições de sobreviver.

2 – A repetição de tarefas é comum nas atividades laboriais de menor complexidade, mas os trabalhos mais complexos com o passar dos anos se torna monótonos, rotineiros e menos empolgante.

3 – Na agricultura, na industria e no comércio os trabalhadores têm a propensão de ficarem enfadados com o passar dos anos, tenho visto o péssimo hábito dos seres humanos de ficarem desestimulado com o que fazem devido à rotina e não sentirem mais ânimo pela sua atividade laborial, talvez aqui resida mais um problema de ordem emocional do que na sistemática da sua atividade produtiva.

4 – As angustia da existência humana os leva a sempre procurar uma transformação exterior devido um vazio interior, sinceramente a rotina é necessária, não adianta querer inventar de mais. É por isso que os empresários muitas vezes preferem as máquinas aos homens, porque as máquinas não têm estes problemas psicológicos de falta de estímulo, alternância de humor e outras fraquezas típicas da natureza humana.

5 – A crítica de Chaplin é válida quando vista pela ótica de que as empresas devem cuidar dos funcionários como humanos e não como máquinas, respeitando horários e dias de descansos, procurando estimula-los para que sejam mais produtivos e que sintam mais satisfação no que fazem. Muitas vezes uma recolocação na empresa resolve problemas de indisposição. Outro coisa que a empresa podendo deve fazer é gratificaçòes pecuniárias, além de integrar a familia do operário como parte da empresa, mostrando aos familiares que o operário é importante para a empresa. isso melhora a auto-estima do empregado e outros "recursos"que o Recursos Humanos deve se preocupar em implemenar na empresa.


Eu não sei até que ponto tudo isso é infeliz ou feliz, uma coisa eu sei é que a medida que a população vai aumentando, temos que criar mais regras e mais regras e diminuir a espontaneidade dos professores e de todos os trabalhadores. Tomemos como exemplo o homem do campo, ele não tem que se preocupar com tantas intervenções do poder público, mas na vida urbana, estas intervenções são constantes, são regras de trânsito, quem mora em condominios sabe que suas liberdades até no interior da sua residência é limitada.




As regras até certo ponto é bom para impedir que idéias insanas sejam postas em práticas, mas tem como lado negativo que suprime a liberdade e criatividade que é mãe das grandes idéias e invenções



4 comentários: